segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sejamos Patriotas

No ano da Copa do Mundo o Brasil ficou mais verde e amarelo. Nunca se viu tanto patriotismo: bandeirinhas, bandeirolas, bandeiras gigantes nas mãos de brasileiros, amarradas aos seus corpos, enfeitando janelas. O Hino Nacional, balbuciado ou gritado por muitas bocas que não o sabem cantar inteiro, cuja letra nem é, de fato, compreendida por não ter sido adequadamente absorvida como lema da Pátria. Enfim, os símbolos nacionais estão relacionados, hoje, à Copa do Mundo. E depois? Esse ufanismo todo manifestar-se-á a partir do final desse torneio e ficará incorporado a vida dos brasileiros, ou estará sendo demonstrado apenas em eventos esportivos?
As famílias e as escolas já não mais cultivam o civismo, o amor à Pátria com a mesma intensidade de antes. Sabíamos entoar o Hino Nacional Brasileiro do começo ao fim, sem trocar, por exemplo, versos da primeira com o da segunda parte da letra, ou seja, “Brasil, um sonho intenso, um raio vívido”, da primeira parte, e “Brasil, de amor eterno seja símbolo”, da segunda. Compreendíamos, também, o significado do poema, cuja maioria dos seus versos foi construída na ordem indireta, com termos ainda pouco conhecidos e nada explicados, principalmente nas escolas. Hoje, não há mais o professor de educação musical e, quando esse profissional existe, talvez nem saiba corretamente a letra e a música de um dos mais belos hinos pátrios de todo o mundo. A Bandeira Nacional, então, está sendo usada em situações discutíveis, tais como: tecido para confecção de roupas, forro de mesa, toalha de praia, lenço de cabeça, guardanapo, fundo para a aplicação de distintivos de times de futebol, num total desrespeito a esse símbolo nacional. A Bandeira Brasileira não é um simples pedaço de pano; é um dos Símbolos da Pátria e, por isso, deve merecer de nós, brasileiros, maior respeito. Hoje ela passou a ser, apenas, a bandeira da Seleção Brasileira de Futebol. E quando a seleção se desfizer? Certamente a bandeira não estará sendo tão lembrada e, ao ser utilizada, certamente não será percebida com a mesma galhardia.
Aproveitemos esse momento para incutir nas pessoas as maneiras mais corretas do uso e do respeito aos Símbolos Nacionais, principalmente a Bandeira e o Hino. Voltemos nossa atenção a eles e nos preocupemos em reverenciá-los nos momentos em que estiverem sendo corretamente utilizados. Se existe o mau uso, até por inocência, é hora de valer-se dos recursos da poderosa mídia para despertar nas mentes das pessoas que esses símbolos são os retratos vivos do Brasil e que devemos, acima de tudo, ter respeito por eles e, quando ouvirmos o Hino Nacional e vermos a Bandeira Brasileira hasteada num mastro ou conduzida num momento patriótico, saibamos que nós, brasileiros, estamos ali representados, como filhos dessa Pátria ainda tão sofrida, tão desigual, tão merecedora de ocupar uma posição de destaque entre as maiores nações do mundo.
Precisamos sentir orgulho pleno da nossa nacionalidade, não apenas nos momentos de competições esportivas, mas a todo instante, para assumirmos uma identidade única, mais solidária, mais humanizadora, mais comprometida com os nossos ideais de cidadania. Não nos permitamos deixar levar como massa ufanista na avalanche da paixão momentânea. Exercitemos os hábitos de civismo com naturalidade, mas com sabedoria, para que, a todo o momento, possamos sentir orgulho do país em que nascemos.
Que as vuvuzelas entoem como “clarins” do civismo pleno, manifestando brava sonoridade que nos remeta ao papel de brasileiros de fato e não apenas de torcedores envolvidos pelo fanatismo passageiro.

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